Alexandre Curi coordena frente para incentivar energia renovável no Paraná

Sob a coordenação do deputado estadual Alexandre Curi (PSD), a Assembleia Legislativa do Paraná instaurou, nesta terça-feira (17) a Frente Parlamentar dos Geradores de Energia Renováveis. O grupo de trabalho formado por 10 deputados visa debater com produtores, órgãos governamentais, empresas privadas, concessionárias públicas e associações políticas públicas para fomentar a pesquisa, a geração, a distribuição e o consumo de energia limpa no Paraná.

Ao lançar a Frente, Curi lembrou que a transição de matriz energética é uma eficiente ferramenta para a redução da emissão de carbono, contribuindo diretamente para a prevenção dos fenômenos naturais causados pelas mudanças climáticas, como as fortes chuvas e enchentes que atingiram grande parte do Paraná na última semana. “As cheias que atingiram diversas cidades paranaenses nos últimos dias são um exemplo da ameaça que as mudanças climáticas representam à qualidade de vida de nossa população. O aumento das temperaturas, eventos climáticos extremos e a degradação ambiental são desafios que exigem soluções eficazes e imediatas. Nesse sentido, cabe ao Estado liderar ações para mitigar as emissões de gases de efeito estufa e promover práticas sustentáveis. O incentivo à geração de energia limpa é uma ação concreta para cumprir essas obrigações”, disse.

Para Curi, a instauração da Frente “é um compromisso com um futuro mais sustentável, uma economia mais forte e uma qualidade de vida melhor para todos os paranaenses. Devemos trabalhar juntos para promover a utilização de fontes de energia limpa, para incentivar o investimento e a inovação, e para garantir que o Paraná seja líder na transição para um futuro mais verde”.

Seminário reúne maiores especialistas do Brasil

Durante o ato de instalação da Frente Parlamentar foi realizado o Fórum “Energias Renováveis: Oportunidades e Desafios”, contando com a participação dos principais especialistas no tema no cenário nacional. Entre os assuntos discutidos estão a criação de alternativas econômicas viáveis, a adoção de tecnologias sustentáveis, a instituição de uma autonomia energética e a elaboração de formas para a redução de custos de produção.

O diretor-presidente da Companhia Paranaense de Gás (Compagás), Rafael Lamastra, comentou a importância da discussão. “Acho importante a criação desta Frente Parlamentar porque há essa possibilidade de aglutinar os diversos movimentos que estão acontecendo no Estado em relação a isso, tanto no nível de órgãos governamentais, empresas privadas, concessionários públicos, que é o caso da Compagás, e associações. Eu acho que essa visão que a Assembleia pode proporcionar é muito bem-vinda porque você expõe e dá oportunidade para todos se integrarem e conversarem. Eu acho muito importante esse movimento”.

O superintendente de assuntos estratégicos da Federação das Indústrias do Paraná (FIEP), João Arthur Mohr, lembrou a tradição paranaense na geração de energia limpa. “A importância de se existir uma Frente Parlamentar é que estamos no Estado campeão em geração de energia renovável. Nós começamos um ciclo há muitos anos atrás na parte das usinas hidroelétricas. Depois vieram as pequenas centrais hidroelétricas, a biomassa florestal, a indústria da cana com o bagaço gerando energia. Mais recentemente temos a energia fotovoltaica, eólica e o biogás. Então é fundamental o papel da Assembleia determinando uma legislação que atraia esse investimento, não só da geração, mas de toda a cadeia produtiva gerando emprego e renda”.

Segmentos

A presidente da Associação Brasileira de Biogás (Abiogás), Renata Isfer, falou sobre a cadeia de biogás no Paraná e como a Frente Parlamentar pode auxiliar em seu desenvolvimento. “O biogás tem grande avanço no Paraná, já são mais de 200 plantas no Estado, por isso somos uma grande potência no biogás. No entanto, o número que temos hoje é pequeno perto do que podemos chegar. E o que falta para chegarmos nesse potencial? Precisamos avançar na questão da infraestrutura, como gasodutos. Outro ponto é que precisamos incentivar a oferta para ganharmos destaque. Além disso, o biogás pode substituir combustíveis que importamos, como diesel, gás de cozinha e gás natural, trazendo independência energética para o País”, explicou.

O vice-presidente do Conselho Administrativo da Associação Brasileira de PCHS e CGHS (ABRAPCH), Pedro Dias, ressaltou a importância de a Assembleia Legislativa unir poder público e a iniciativa privada em prol do desenvolvimento do segmento. “É fundamental enxergarmos todas as fontes de energias disponíveis. E elas têm de ser nossos rios, a biomassa, a energia solar, entre outras. Temos de unir esforços para explorar o potencial do Paraná. As empresas já estão aqui. Para isso, devemos pensar em estratégias de planejamento”, opinou.

O presidente do Conselho Administrativo da Associação Paranaense dos Geradores de Energia (APGE), Gustavo de Brito Ribas, elogiou o objetivo da Frente, que, segundo ele, propicia o desenvolvimento do Estado. “Podemos perceber a insegurança jurídica para as empresas, mas estamos unidos com associações para concentrar ideias subsidiadas por esta Casa de Leis para elaboração de políticas públicas”, disse.

Para o vice-presidente da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos, Rubens Hebert Aebi, o Paraná precisava de iniciativas como a da Frente Paralamentar. “O lixo que jogamos fora é um tesouro enorme para geração de energia. Hoje, as usinas estão presentes no mundo todo, menos na América Latina. Além de gerar energia, podemos melhorar as taxas de reciclagem. O Paraná está pronto para receber este tipo de iniciativa”.

Riomar Menino, membro da diretoria técnica da Associação Brasileira de Energia Eólica (EBEEÓLICA), lembrou o potencial paranaense para geração de energia eólica. “A energia eólica tem uma crescente no mundo, tanto pela questão do preço como por seu potencial de emissão de gás carbônico. No Brasil, temos uma predominância na região Nordeste. No entanto, o Paraná tem um potencial muito grande para a geração eólica. Segundo dados de 2007, o Estado pode gerar 3,4 gigawatts, o que representa 10% da capacidade atual do Brasil”, afirmou.

Coordenadora Estadual no Paraná da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltáica (Absolar), Liciany Ribeiro também destacou a necessidade da discussão. “Há muito lutamos para falar sobre a energia renovável e sua importância, além de trabalharmos para tornar a energia paranaense mais competitiva. Esta Frente Parlamentar pode ser um exemplo de sucesso para o País”, encerrou.

Presenças

Também participaram do encontro os deputados Ademar Traiano (PSD) Luiz Claudio Romanelli (PSD), Evandro Araújo (PSD), Gilberto Ribeiro (PL) e Gugu Bueno (PSD). Além disso, estiveram presentes o secretário do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul), Orlando Pessuti, o vice-presidente do movimento Pró-Paraná, Mário Pereira, o diretor-presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), Celso Kloss, o coordenador do Renova-PR, Herlon de Almeida, o diretor de licenciamento e outorga do Instituto Água e Terra (IAT), José Volnei Bisognin, e o superintendente do Parque Tecnológico Itaipu (PTI), Irineu Colombo.

Alexandre Curi